domingo, 4 de setembro de 2016

Um Golpe a Serviço do deus Mercado



Por Marcos Aurélio dos Santos 

Nestes dias o Brasil vive um momento triste nas páginas de sua história. Nossa democracia foi golpeada brutalmente. Foi retirado do povo o direito de escolher um novo presidente. Em vez disso, retiraram uma presidenta eleita nas urnas em um cenário onde praticamente metade dos juristas brasileiros, jornais internacionais e até o MPF não encontraram crime de responsabilidade. Uma mancha em nossa frágil democracia que continua caminhando deficiente. Ainda precisa de muletas para se sustentar. 

Uma tomada de poder sem baionetas, tanques e instrumentos de tortura como no golpe Militar de 1964, pessoas não desapareceram nem foram encarceradas por falar contra o governo. Não! O que presenciamos hoje no senado federal foi um golpe parlamentar arquitetado nos porões mais fétidos da política brasileira e orquestrado por foras da lei com o apoio de investigados por corrupção. A hipocrisia e o desejo de poder tomaram conta da maioria dos acentos no senado federal brasileiro. A tribuna, lugar de defesa e direito do povo, tornou-se um palco para encenações absurdas. Vergonha!  

Este atentado à democracia deu-se por um objetivo claro. Colocar no poder um “presidente“ sem legitimidade nas urnas para atender aos desejos do deus mercado. Isso mesmo! Não há outro motivo se não atender as grandes multinacionais lideradas por empresários opressores que só visam lucro e que atendem as ordens de mamom. O que isto significa em termos práticos nessa velha e maquiavélica política conservadora? O governo golpista buscará agora de forma mais intensiva introduzir as ideias e práticas neoliberais para satisfazer a ganância dos grandes líderes do mercado nacional e internacional. Nessa nova perspectiva de governo, muitos direitos serão retirados, e, isto inclui os direitos dos trabalhadores, aposentados, estudantes, profissionais e por fim os direitos sociais conquistados ao longo dos últimos anos. Lamentável!

Em um governo que pretende servir ao deus mercado, os direitos sociais que atendem aos mais pobres e excluídos certamente serão reduzidos ou extintos, o que de fato já está acontecendo em seu tempo como governo interino. Entre estes estão os sem-terra, os sem teto, os pequenos agricultores, os analfabetos, os índios, negros, mulheres, homossexuais, pescadores e etc.  Isto porque não interessa para eles, políticas que promovam ou tragam dignidade aos menores da vida. Toda política estará a serviço do capitalismo, dos gigantes da indústria, dos coronéis dominadores e estes não têm sentimentos pois o deus deles é o mercado. 

O deus mercado agradece a chegada desse governo pois são amigos inseparáveis. A história da política brasileira é testemunha. Sempre que governos de linha neoliberal conservadora governaram o Brasil, os pobres foram os que mais sofreram as consequências no âmbito sócio-econômico. Quem não lembra dos tempos da alta inflação e a escravidão ao FMI? Por ventura não foi o deus mercado e seus seguidores que se valia da situação econômica da época para praticar a especulação de preços para atender os gananciosos? Fome, falta de habitação e desemprego marcaram este período. Sempre foi assim!   

Dias sombrios virão. Contudo permanece a esperança e a força para lutar. E como ir à luta? Digo! Nas ruas, em protesto, no monitoramento das políticas públicas e denunciar os desvios que atentarem contra a democracia, denunciar a opressão e a exploração do pobre, cobrar do governo uma reforma política séria que traga novos horizontes para a democracia brasileira. Não se dobrar ao deus mercado, mas unir forças de forma coletiva na busca de uma política que atenda os direitos do povo. 

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